O que é ser vencedor?


Vivemos numa sociedade competitiva que valoriza os vencedores, mas despreza os perdedores. A cultura ocidental capitalista construiu-se sobre a lei que Charles Darwin descobriu na natureza: a sobrevivência do mais forte, do mais apto e a eliminação do mais fraco, do inepto. Embora esta lei se aplique perfeitamente à natureza, fazendo com que os organismos mais adaptados sobrevivam aos menos adaptados, se aplicada como princípio de vida, torna o homem predador do homem. A mesma maneira de ver e agir aplicada à sociologia e ao comportamento humano gerou o nazismo e todos os genocídios e conflitos étnicos que tanto mal trazem à humanidade. Continua tendo seus efeitos em várias áreas do comportamento humano, como a convivência nas escolas e vizinhança com o que se convencionou chamar de “Bulling”. Bulling é definido como actos de violência física, emocional ou psicológica, intencional e repetidamente cometidos contra os mais fracos da escola, do bairro ou do prédio. As escolas e educadores estão muito preocupados com este fenômeno e buscam soluções através de campanhas e até filmes ou séries de televisão têm sido usados nesta campanha.
O mundo empresarial também se transformou numa verdadeira selva onde os mais espertos, melhor qualificados, ou, quem sabe, melhor apadrinhados levam vantagem justa ou injusta sobre os mais fracos, que são tratados, como “losers” (perdedores), palavra definida pelo professor Pasquale como “seres desprezíveis aos olhos daquele que se acha superior ao outro por alguma razão”.
Tal comportamento faz com que se tente superar as dificuldades por todos os meios e artimanhas, recorrendo-se à esperteza, malandragem, ou até mesmo da religião como caminho fácil para se vencer na vida. Note-se que, neste contexto, vencer significa vencer o outro e não apenas sair-se bem. Assim, para que haja um vencedor, é preciso que haja um perdedor!
Até a igreja evangélica, muito influenciada pela teologia norte-americana, também criou as suas teologias de como vencer na vida. A teologia da prosperidade, o triunfalismo inconsequente e a confissão positiva ensinam que para sermos vencedores na vida precisamos aprender a negociar com Deus ou exigir Dele as suas bênçãos. Até mesmo fazer “bruxaria” evangélica vale!
O crente negocia com Deus usando seus dízimos e suas ofertas. São ensinados que se forem generosos e pontuais com suas contribuições serão ricos, isentos de problemas ou dificuldades. Quando a bênção não vem como determinamos é por que faltou fé ao fazer a oferta. Se não der certo, basta determinar ou buscar aqueles que fazem orações “fortes” dentre os pastores e profetas “ungidos” que a sua exigência terá que ser atendida por Deus!
A “bruxaria” fica por conta da água “orada” (ou benta, como dizem os católicos), as unções com óleo de pessoas, casas, carros ou objectos pessoais. Usa-se banho de sal grosso para descarrego, galhos de arruda e as mais bizarras cerimónias e invenções, algumas até tiradas da própria bíblia em textos isolados e fora do contexto. O grande bem a ser buscado é a vitória, a bênção, a libertação e poucos estão buscando a salvação em Cristo, o serviço dedicado ao Senhor.
Todas estas coisas são tentativas de se tornar vencedor, de superar obstáculos e lutar contra as adversidades da vida, o que não é pecado algum, pois Deus quer que sejamos vencedores! Aliás, mais que vencedores.
No entanto, há a maneira certa de buscar a vitória em Deus e há muitas maneiras erradas de se buscar vitória a qualquer preço. Devemos observar alguns princípios bíblicos se quisermos ser mais que vencedores por meio daquele que nos amou, Jesus Cristo.
Passar por adversidades, enfermidades ou reveses na vida não significa que somos perdedores, mas sim que estamos vivendo uma vida normal no mundo! Cristo nos avisou que teríamos aflições. Ser vencedor é andar pelo vale da sombra da morte e sentir a presença do bom pastor, pois ele nos conduz às águas de descanso.
Não adianta tentar comprar Deus com dízimos, ofertas ou boas acções, nem se utilizar de superstições que foram combatidos pelo protestantismo em todo lugar aonde ele chegou. Deus não se deixa impressionar por amuletos, objectos abençoados, nem por chamadas “orações fortes”. Forte é aquele a quem oramos e a sua vontade é melhor que as melhores soluções que possamos inventar. Por isso, nem sempre conseguimos o que pedimos. Ë vitorioso aquele que aprende a viver na vontade de Deus e não em sua própria cobiça!
A vitória é de Cristo e somente para os que o seguem, deixando o pecado e a cobiça, tornam-se mais que vencedores. Lembre-se do que Jesus disse em Marcos 8:36 “Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? ”.
Ser vencedor é andar com Cristo. O resto é consequência

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